Há 20 anos, o criador, mineiro de nascença e paulista de criação, estreava na Casa de Criadores. À época, suas propostas subversivas lhe garantiram uma posição de destaque no então árido mercado de moda masculina brasileiro.
Ele tem uma sensibilidade rara. E, quando combinada a reflexão, estudo, pesquisa, aceitação e autocrítica, resulta numa fórmula de sucesso poderosa, embora nada fácil e tranquila.
Suas duas paixões são de campos similares, mas com práticas e funções completamente opostas. João percebeu que gostava da moda na adolescência, quando trabalhou numa filial das Casas Pernambucanas, em Ribeirão Preto (SP), para onde se mudou com a família na infância. Aos 18 anos, foi para São Paulo e conseguiu um emprego na Rua São Caetano, a “rua das noivas”. A mudança não tinha nada a ver com uma das profissões que exerce. É que, além de estilista, ele é figurinista – e premiado, mais de uma vez.
Segundo João Pimenta, sua modelagem é fluida e veste todos os gêneros. Sua empresa não tem público extremamente definido e flutua por diferentes idades e sexos.
Gosto de usar a passarela como uma forma de linguagem. Estou sempre tentando expressar algo político e meus sentimentos. Para mim, a roupa vai além de um produto, ela é uma linguagem forte. E eu, considerado um rapaz tímido, uso as roupas como uma forma de me comunicar com as pessoas. Quando descobri que as roupas falavam, encontrei meu canal de comunicação.
Tenho dentro do meu ateliê essa diversidade gigante de público e pessoas de todos os poderes criativos. Trabalhamos com saias, vestidos, brilho, tecidos diferenciados e agora me veio a vontade de ter uma coleção um pouco mais real, porque também tenho interesse em difundir mais a marca e atingir outras pessoas (João Pimenta, 2024).
No desfile da São Paulo Fashion Week (SPFW) de 2024, João Pimenta apresentou looks inovadores combinando estampas de forma harmoniosa.
As peças que ele trouxe para sua nova coleção servem de inspiração para nós que gostamos ou almejamos começar a combinar diferentes estampas e texturas.
O tie-dye, diferentes tipos de xadrez, animal prints e outras estampas estiveram presentes nesta coleção. A arte de João Pimenta trouxe ainda elementos que combinam alfaiataria com street wear.
Veja abaixo alguns looks super interessantes:
Fotos: Agência Fotosite
Veja o resumo do desfile no SPFWN57:
Mestre da alfaiataria e do cruzamento entre os elementos masculinos e femininos, João Pimenta atualizou seu repertório nesse SPFW N57 com referências do surf, do skate e da cultura de rua. Além dos ternos e trajes para cerimônias que abriram uma janela de mercado enorme para o estilista, ele partiu para a confecção de peças mais casuais, como camisa pólo camisetas estampadas, bermudas e calças cargo.
A cartela de cores de rosa velho, tons de bege e cinza remetem ao centenário Edifício Martinelli, no centro de São Paulo. Foi na sua cobertura que desfilaram os 40 looks da coleção, que voltaram cada um pelo menos três vezes à passarela, cada vez com uma nova camada de roupa. Tie-dye e xadrezes completam essa conexão com os movimentos jovens, assim como óculos escuros e tênis da marca Oakley, em uma collab com a marca.
Eu amei a harmonia entre as peças, as cores, volumes e o uso de texturas diferentes. E vocês, o que acharam?
Assista ao desfile: https://www.youtube.com/watch?v=dLghPCDjTME
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